Confesso que foi uma tomada de decisão muito difícil. Quando soube de detalhes do processo cirúrgico empregado na cirurgia ortognática, tive a reação que todos tem: medo! Pensar que os ossos de sua face serão serrados não é nada fácil. Porém, a medida que fui lendo a respeito e entendendo a complexidade do processo, sejam através de blogs, vídeos, fotos, artigos de profissionais, depoimentos de pessoas que realizaram a cirurgia, além de contato com um colega de trabalho que passou pelo processo, fui ganhando coragem.
O meu pior medo não era a cirurgia propriamente, não tinha medo de óbito, haja vista que foram mínimos os casos (segundo um dos cirurgiões consultados, foram apenas 2 casos no Brasil e ocorridos há bastante tempo, quando as técnicas cirúrgicas eram mais agressivas. Hoje o procedimento é bem menos traumático), o meu maior receio era o pós operatório, e a parestesia (perda de sensibilidade e tato do lábio inferior e rosto). Esse sim me deixava assustado.
A medida que fui lendo a respeito e consultando profissionais, percebi que o risco da parestesia existe, porém é minimizado com as novas técnicas utilizadas na cirurgia e também com a habilidade do profissional que estiver realizando o procedimento cirúrgico.
Na minha opinião, o fundamental para cada um que pretende realizar a cirurgia ortognática, é estar muito ciente dos riscos e efeitos que este tratamento irão ocasionar e estar cercado de profissionais competentes e seguros dos passos a serem tomados.
Sem contar é claro com a vontade de mudar a aparência, pois quem sofre desta disfunção sempre sofreu/sofre um grande desconforto, principalmente na infância e adolescência, onde os apelidos são cruéis. A medida que o tempo passa e vamos amadurecendo este inconveniente vai diminuindo, porém ainda nos marca ao ver as pessoas observando e algumas vezes imitando suas feições. Essa possibilidade de mudança nos dá uma força enorme, que nenhum pós operatório ou sofrimento é capaz de diminuir a vontade de mudança.
Como citei anteriormente, o fato de ter um colega que realizou a cirurgia ajudou-me muito, pois procurei os mesmos profissionais e tive muita empatia com ambos (ortodontista e cirurgião).
Minha primeira consulta com a ortodontista foi em maio/2012 e a mesma explicou-me os passos e indicou-me dois cirurgiões de sua confiança. Na semana seguinte marquei consulta com ambos os cirurgiões. O primeiro era um cirurgião extremamente qualificado academicamente, titular de diversas especializações, mestrado e doutorado, porém, percepção não realizava frequentemente cirurgias desta magnitude. O segundo, pelo contrário, é um cirurgião que efetua diversas cirurgias semanalmente, além de ser o mesmo profissional que realizou a cirurgia do meu colega. Por entender particularmente que a prática e perícia no procedimento cirúrgico são fundamentais para a diminuição dos efeitos da cirurgia optei pelo segundo cirurgião.
Decididos os profissionais, começamos os passos de preparação.